terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Palavras que em nada me traduzem - "Mais uma do museu!"

Noite escura, brisa fria e refrescante. Noite sem lua, com estrelas e poucas nuvens.
E o que eu tenho!?
Eu tenho guardado em mim suas palavras, minhas palavras. Nossas frases e dizeres sobre o céu, sobre a lua e as estrelas. Sobre os astros que nos recobrem.
Apenas isso.
E o que tem isso?
Tem saudade e um pouco de arrependimento, se é que posso classificar essa coisa que sinto como tal.
Não te odeio e nem poderia. Pois, quando "penso" em sentimentos, não é apenas da boca para fora. Sinto com todo o meu ser, todo o meu âmago e pensamentos.
Posso deixar escrito a realidade -já cansei de escrever sonhos e platonicidades - adoro esse de quem vos falo. Doce, adorável, inteligente e seguidor de sonhos e estrelas... feito eu!


Feito pedra no chão de giz, sou eu. Nada a fazer, coisas aos montes para pensar, fingir que decide algo. Nada para dizer, nada a declarar.
Palavras calam, monotonia assusta, toma conta e esdrúxula fico. Nada mais é como antes. Alias, as coisas mudam e os gostares se vão feito pedras que rolam no chão.
Sentimentos avulsos, diversos, coisas que me chateiam, palavras de menos e respostas não nomeadas. Coisas que me levam a pensar em sentidos inexistentes, alias, inexistente é a palavra para sentido.
Pessoas de mais. Sentimentos de menos, ou pior, aos montes também, como são as palavras.
Que razão há nisso tudo? Que razão existe em saber que o tudo é quase nada e nada é uma palavra esperando tradução?
Vontade de escrever, de cantar, de ouvir uma canção qualquer mesmo sabendo que não quero ouvir essas canções. Não quero a companhia de ninguém mas ao mesmo tempo não quero ficar sozinha, pois, sei que é isso que me deixa mal e muitas vezes a questionar o futuro.
São muitas coisas, confusões, aparições... são coisas aos montes como um turbilhão de informações que não consigo decifrar e muito menos lê-las todas.
Quero um intérprete que não me comprometa ao errar e não se deixe levar pelos meus erros. Não sei se o que quero é meu e poderia, quem sabe, pertencer a mim por direito. E, sinceramente, não sei se o que quero, quero realmente. Não sei o que querer. Me perco como um barco sem motor. Coisa do gênero.
Chega a ser estranho. E toda a vez que falta luz? Onde encontrar um lampião acesso!?
Eu sei, procuro respostas, soluções no mundo mesmo sabendo onde está a resposta de tudo. O problema é que eu quero tentar por mim mesma, é ridículo, mas, é isso o que tenho aqui. Eu sei onde encontrar mas, não sei se... eu quero porem, não sei ao certo. Não sei de nada.
É como filosofaram: "Só sei que nada sei".
Me cresce a raiva e a impertinência toma conta de meu ser. Palavras sem sequência, sem amplitude, sem... sem nada. Apenas palavras que não dizem nada. Aleatórias como sinfonias descoordenadas.
Feito lixo.
Eu queria chorar, queria ter amigos de verdade, queria encontrar uma montanha, queria ler palavras minhas num livro, queria ter um amigo menino, queria olhar as estrelas de perto, ter duas mãos para eu segurar, queria olhar pro alto e só estrelas e lua enxergar. Queria um telefonema que durasse horas sem que o papo repetisse, queria ter assuntos para falar. Queria ter um mar, ter todos os grãos de areia do mar num frasco e poder olhar de perto aqueles que quero olhar. Queria apenas voar, pular de olhos abertos e voaaaaaaaaar.

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15-12-2011

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Porque, aliás, não posso falar. Então escrevo...