domingo, 24 de julho de 2011

Estou ocupada... com minha solidão.

"Já passou o tempo em que eu dizia estar ocupada ou perdida. Hoje nem sei se estou, se é que estou aqui. Nem tempo para me expor, para escrever tenho mais, mas, nem sei se a questão é tempo. Acho que é vontade que não tenho mais... vontade até tenho, mas, é tão raquítica que não move um milímetro cúbico de ar."
  
Já comecei a perceber coisas que, não sei, só eu vejo.
Só minhas coisas não parecem fluir. Só meu celular que não toca, só minhas cartas não chegam, só as minhas lembranças morrem.
É como se tudo em que estou envolvida não funcionasse, não gerasse uma flor, uma arvore. Mas sim uma pedra, uma pedra que não pode ser talhada. Que é tão frágil para servir como faca ou roda e tão forte, dura para ser lapidada. Imprestável.
Somente meu cabelo que arma, apenas minhas unhas quebram, somente minhas sandálias arrebentam... apenas meus pés se queimam sobre um travesseiro de plumas.
Sinto meus músculos se contraindo contra eles próprios e meus ossos rangem, apenas meu corpo sente o frio de 29°C.
Apenas meu violão desafina, minha bateria perde a percussão e minha bebida fica sem gelo.
Já não existem amigos no meu facebook, scraps em meu orkut e muito menos visualizações em meus blogs. Não há mais nada, nada que me recorde. Que me acorde.
Nada mais funciona a não ser o rádio. Um CD, uma estação de rádio. Canções que dizem o que não devo fazer. Que não devo chorar, não devo mentir, que devo amar e ser feliz, mas, é tão difícil.
Como alguém que nunca fez de sua vida um exemplo de felicidade pode citar em poucas canções minha indecência de viver e expor, como os seus, os meus pensares?
É como se eu estivesse ocupada, ausente ou em standby, pois, ninguém tenta me encontrar, ninguém quer me fazer voltar  a... sorrir, acho.
Sim, estou ocupada. Ocupada com minha solidão. Seja como for, é uma dor que dói no peito e faz meus olhos desaguarem em meu semblante.

Em poucos versos, versos estes que não são meus, traduzem o tanto amargo de vida e gosto que sinto em mim: "Eu nem sei por que me sinto assim, vem de repente um anjo triste perto de mim..." A Via Láctea.