quarta-feira, 30 de março de 2011

Não que o pessimismo faça parte de minha realidade, mas, até vós, palavras?

Até vós, palavras? Até vós fugires de mim, de minha mente e capacidade? 
Que as pessoas pensantes e os não suicidas se esvaíssem de minha presença até compreendo, prevendo minha solidão. Mas, vós que não sentes meu degradar, meu apodrecimento intelectual e filosófico te encontras a tantas de mim, deixou-me só nesse ambiente ambíguo e devassador. Sem nada. Inerte.
"Mesmo que, sem palavras, fizessem-me ouvir seria eu grata, pois meu semblante só fala de pesares e tristezas, meu coração apenas de esperança e pensamentos mantêm-se pulsando e já minha voz, quem devia ser tonante, nada expressa, nada diz."
De minhas memórias escritas trago estes poucos parágrafos:


Tudo fica bem se estiver bem.
Não existe lágrima que lhe derrubará
Enquanto você estiver no chão.
Não há ninguém que lhe atrapalhará 
Enquanto estiver sozinho, largado.
Não haverá brisa que lhe refresque,
Vento que te leve, não existirá.
Não se ouvirá nada,
Nada que seja breve ou longínquo 
Não conhecerás alma boa, nem ruim.
Tampouco almas reconhecerás.
Existem coisas que não mais existirão
Assim como as que não existem,
Mas passarão.
Não mais será monótono 
Como o dia e seu dono sol,
A noite e suas filhas estrelas.
Assim também, como as gotas salgadas do mar
E os bilhares grãos de areia.
Será assim, vazio,
Como o tudo que carreguei de tua leveza
E o nada que ganhei de tua franqueza.


Mas... tudo ficará bem se eu estiver bem.
Não existe lágrima que me derrubará
Enquanto eu estiver no chão.
(27 de Agosto de 2010)