terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sorrisos inevitavelmente instáveis.

Um brinde à comicidade das coisas, da vida e de seus efeitos... à relatividade das palavras e seus significados... às surpresas nos caminhos, aos abraços, beijos e carinhos... Um brinde!

Todos os pontos, ou quase todos, se unem a fim de estabelecer uma manta, uma toalha sobre qual abrimos as fotos, espalhamos-as e ficamos ali a admirá-las.
Alguns riem de tão alegres que vivem, outros de falsos que são, outros para esconder e camuflar suas intenções e reais sentimentos; Alguns sorriem por sorrir, outros porque a felicidade lhe recai através dos lábios, outros porque as lágrimas são tão fortes que, para não rolarem dos olhos, resvalam na boca em forma de brilho -doloroso e falso brilho-; Alguns estampam no semblante um sorriso sempre presente, com aparência de 'indestrutível', algo tão real e forçado ao mesmo tempo que os outros pensam "Moça feliz, sempre de bem com a vida... deve viver num mundo cor de rosa...", lastimável é o engano desse que julga ser assim a vida da moça.
Meu sorriso é tudo isso. É uma mescla, um apanhado de tudo e de nada. Meu sorriso se resume nisso tudo descrito acima e ainda no que não ouso descrever, por não conseguir compreender. Hora sem graça, hora verdadeiros, simulados e muitos até sorrateiros, advindos da minha imaginação. Muitas vezes sinceros, outros para 'ambientizar' apenas, por assim dizer.
A felicidade não é medida a partir da quantidade de sorrisos que estampamos no rosto, muito menos da frequência com que sorrimos. Mas sim de seus motivos, do que nos levou a sorrir de fato. Algo tão inconstante e pessoal, tão variável e coletiva como o ato de sentir-se bem e realizado -mesmo que por alguns instantes. Felicidade é imediata, é momentânea, é áspera em seu próprio permanecer.
Já a tristeza, ao contrario do que muitos julgam, estabelece o parâmetro para a felicidade existir e felicidade gera felicidade (na teoria tudo é lindo e simples, claro). Uma simples surpresa, um presente, um olhar, uma palavra, um abraço forte, um perfume, um encontro sem datas me deixa tão feliz, tão verdadeiramente sorridente e feliz. Tão simples.
Uma pessoa que sofre do mal do século *depressão* é triste, mas uma pessoa triste não é necessariamente deprimida. Alias, outra coisa que estou tirando de mim pouco a pouco: A confusão. Notei que as melhores coisas da vida vão surgindo de mansinho, sem muito planejamento e muito menos complicação. Elas vem do nada, lhe seguram pelo braço e lhe enfeita a noite com estrelas. Percebi que isso deixava a autenticidade de lado me fazendo, muitas vezes, dizer coisas não muito reais e até simular/esconder outras. Faz-se necessária a modificação de hábitos ruins para que alcancemos a claridade nas coisas e sua objetividade.
Pois então... sorrisos, lágrimas, felicidade, surpresas, simplicidade e complicações fazem parte da vida como qualquer outra coisa de estrema necessidade, como a água e o alimento, dentre outras tantas coisas. Não me vejo como um ser mercurial, muito menos com um temperamento assim... sou volátil sim, mas não é tudo que me falam que me faça mudar de ideia, muito menos ideias alheias as minhas. Sou dona de mim e do que faço, no entanto, não são meus os impulsos de sentir determinadas coisas.
Elas vem como o vento, sopram, fazem bagunça, trazem poeira ou pétalas para dentro de mim, fazem barulho, perfumes, não me deixam dormir e varrem tudo o que eu já tinha arrumado. Mas, é esse mesmo vento que levanta a vela do meu barco, que me mantem no ar em pleno voo, que espalha o polem no meu jardim, que balança minha rosa dos ventos e que faz sinfonia em minha janela... Meu subconsciente é como uma biruta. Aponta a direção do vento me mostrando para que lado estender e puxar a vela que me eleva, apenas isso ele faz quando insisto em não pensar nos passos a tomar. E sigo assim... até uma futura mudança, até uma nova linha solta a ser presa ou um ponto a ser desfeito nessa manta findável que é a vida.
Sem rancor de nada, sem pré-conceitos concebidos, sem excesso de medo, sem muitas decisões a serem tomadas, mas, com muita ideia a realizar, muitas estradas a percorrer, muitos vales a explorar... poucos entenderão o real sentido do que quero.


"Eu não sou eu nem sou o outro, 
Sou qualquer coisa de intermédio: 
Pilar da ponte de tédio 

Que vai de mim para o Outro."
Mario de Sá-Carneiro   

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Uma nova fase da mesma lua crescente.

Fazia parte da mudança que propus a mim mesma deixar o que passou passar. Mudar a aparência, mudar meu interior... Me preocupar mais comigo. Me deixar ser leve, ter mente leve. Fazia parte da minha lista (inBox) mudar alguns pensamentos, algumas atitudes... trocar as coisas de lugar. É como fazemos quando queremos arrumar a casa: mudamos as cores dos tapetes, das cortinas, trocamos os quadros de parede, adicionamos mais cores às texturas ou simplesmente viramos tudo, trocar o local das coisas. Faz bem!
É uma noção de Feng Shui colocar as coisas certas nos lugares certos. Filtrar os pensamentos e fugir dos pontos de união eletromagnéticas invisíveis que nos cercam e nos deixam mal.
Parei de pensar de mais em coisas antes fixas em meu consciente. Agora só dou atenção ao meu subconsciente e o que ele me faz conquistar batendo na tecla: Mentalizar, pensar, querer... Conseguir!!!
Muitas vezes me permitiram - o universo, Deus, as coincidências... sei lá - ter a certeza de que esse "mantra" é de um extremo poder. E agora percebo que é fato: "Pense, queira, busque e conquistará.". A vida é isso. Pretensões, desejos e realizações. Sim, frustrações fazem parte e são elas que nos fazem buscar outras coisas que antes não tínhamos imaginado e sequer tínhamos em mente.
O mundo muda, as coisas mudam... nos basta seguir em frente e buscar o que almejamos no determinado presente.

As pessoas, as vezes, ligam tanto para o que as outras dizem, que acabam fazendo o que elas (outras) querem que faça. Hoje percebo que isso é perca de tempo. É uma forma superficial de se fazer as coisas, ou de não fazê-las, também. A partir do momento que nos libertamos das falsas e inexistentes correntes que estipulamos a nós mesmos, por influencias externas, começamos a, de fato, representar o papel que nos é dado por direito. Livres das amarras supostamente impostas a nós. Os limites. É necessário romper barreiras, quebrar tabus e experimentar coisas que antes você julgava desnecessário. Então, a partir daí, começarás a fomentar um novo parâmetro, um outro ponto a ser alcançado.
Isso eu só estou aprendendo agora. E com todo o meu medo, minha desconfiança e incredulidade eu adentro essas ideias para conhecê-las, saboreá-las e ver o que isso traz de novo ao meu entendimento de 'mundo' e 'pessoas'.
Faz-se necessário as mudanças, as trocas, as cores, os tapetes, o Feng Shui. Faz-se necessário conhecer novas músicas, ritmos, nomes... novas novidades.

"O Caminho
O percurso é curto, é sinuoso. Chegara até determinado local e vira que todos já estavam lá. Num canto oposto, ostracizada, com os braços estendidos abaixo de seus ombros, estagnados, fitava o vazio de sua imaginação e os arredores não representavam nada, já que em mente possuía o mundo. Algo a segurava pelos braços, com uma sutil força que a deixara livre ao mesmo tempo. Fitava os olhos que, como os seus, se calavam em meio tão pequenos gestos que a dias já eram de importância a ambos. Viviam em mundos dispersos, como lua e sol. Mas, como o universo era o mesmo, se encontravam vezes a fio seguindo a mesma estrela. Estrelas são frias, contrária das canções que cantava e recebia aleatoriamente em vãos diálogos representativos. Algo a deixara ir embora, porém, deixara seus pensares soltos a correr na tempestade de 'vou's'. A caminho de seu trajeto descia a rua, vã, olhava o horizonte. Via um sorriso no céu. Esse sorriso, já conhecido por ela era brando e claro, calmo e sincero. Feito a lua crescente. Sorria." -- Carl Edward.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Pobres almas aquelas que se entregam a mãos que lhe juram amor.

"Escrevo-te essas mal traçadas linhas, meu amor. Porque veio a saudade visitar meu coração..."♪

Nem tudo são saudades.
Aprendi com a vida - e com tudo que ela nos traz- que pessoas não apenas marcam nossas vidas, como também deixam um buraco, uma fenda, uma rachadura enorme e uma horrenda e dolorosa cicatriz que não fecha. Não sara. Não se cura e muito pelo contrario, não doí.

O tempo é uma dádiva, é uma praga, é um marcador de águas, é como o próprio moinho que é movido pela força das águas dos rios que descem alegres e turbulentas corredeiras. Alguns entendem seu sentido, outros a perdem procurando o "real" sentido das coisas e, ainda, alguns outros, pobres infelizes, apenas andam aleatoriamente em vão na vida, procurando algo e/ou alguém que os guie, que os acompanhem nessa jornada. Mais tristes ainda são aqueles que se entregam como livros em branco para quem os diz "vou escreve-la, vou colori-la, vou editá-la e publica-la em minha vida...", tristes essas almas que amam e se deixam levar por sentimentos inexplicáveis.
Tento manter em mim a razão, já que a emoção nos trai mais que homem inescrupuloso. Tento deixar estampado em mim sorrisos e um espírito forte, já que aparento ser fraca e vulnerável. Alias, não tenho em minhas posses mentiras, sou assim branda e franzina mesmo (tanto física quanto emocionalmente), por isso me faço de descrente, me finjo de guerreira com armaduras e sorrisos. A ultima coisa que quero é que meus inimigos saibam onde fincar a lança, que meus amigos saibam das minhas ineficiências e que meus amores saibam como me manipular... Tenho que manter a força em mim mesma, não estipulá-la a ninguém, não me apegar totalmente a alma humana alguma.
Acho degradante essas situações inquietante, mas, vejo graça nelas. No fundo mesmo, me agrada o desgaste. Penso. Não que seja de todo o bem, não! Alias, histórias são histórias até o momento que passam a se tornar realidade, no mais, permanecem na história.

As vezes sinto  um cheiro no ar, um odor de passado, um perfume que habita minha memória e, certas vezes, passa por mim contra o vento e chega às minhas narinas, ao meu pulmão... aí sinto falta, aquela coisinha incômoda e boa que alguns dizem ser saudades. Isso é artimanha do meu cérebro e também um fato científico:  "o olfato pode trazer à tona lembranças e respostas poderosas quase que instantaneamente...".
Então... porém, como o vento que passa e traz esse perfume que me ativa memórias, ele se vai. Ele cessa ou continua num rumo inverso ao meu. E meu caminho é para a frente. As vezes posso olhar pra trás, ver como as coisas estavam, relembrar, no entanto, nunca voltar e muito menos parar na estrada. O importante nessa vida é continuar seguindo, sempre em frente. Caminhos certos e/ou errados, porém sempre em frente. Porque o que é nosso de fato, nós levamos e quando é bom, por mais que seja pesado, sabemos que vale a pena todo o esforço para carregar nos ombros e levar conosco. 
A vida é tão longa e tão curta... se os caminhos já trilhados não lhe levaram a verdadeiros sorrisos (pseudo-felicidade), é porque há outro que lhe levará a encontrá-la. Apenas siga, procure, desvende e acharás. Sem se prender a listas, a nomes, a rostos... siga, pois o que você já viveu, você já viu. E o mundo é muito grande para aprisionar sua visão e seus sentidos.

Me prenderei a mim mesma, pois, de mim sei que não posso fugir -nem devo-. Aliás, só dependo de mim mesma para meu futuro e será a partir de mim que surgirá alguém que se proponha a me acompanhar na vida. 

"Vocês vão fazer alguma coisa pra consertar as suas próprias vidas?

Eu cheguei a seguinte conclusão, não adianta consertar o resto,
Consertar a gente, ajuda pra caramba." - Renato Russo