quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Me magoas. Dispir-me-ei de ti, falso amor, pois me magoas. A "liberdade" me afasta de ti, grande amigo.

"E novamente, só não sei o que é isso que me habita o peito...
Talvez seja amor, seja raiva. Seja ciúme, inveja ou não seja nada.
Talvez eu nunca saiba."

Houve um tempo onde eu me perdia, me entregava, pensava mil vezes em você, ficava com seu nome em mente. Houve uma época em que eu temia lhe perder, perder a bela visão que tinha quando olhava nos olhos seus, temia lhe esquecer em meio tantos conhecidos. Havia um tempo em que eu era feliz simplesmente por receber uma mensagem sua, um telefonema, um simples "boa noite, gata!".
Sim, houve um tempo em que eu era tão inocente e perdidamente ligada a ti que cheguei a me condenar a pessoa mais burra que existira por apenas ter imaginado seus olhos lacrimejados, com o coração partido e a face abrandada ao me ouvir falar que estava namorando. E eu que tinha tanta cautela ao dizer isso. Tanto medo de lhe magoar. Porque eu lhe amava. Pelo simples fato de eu amar meu amigo. Ao menos, pensava e sentia.
Hoje, sinto nos teus braços, quando me abraças, que sou uma pessoa nula de sentimentos dentro de ti. Agradeço a Deus por me presentear com seus braços, mas, que me dói a cada vez que escuto "me abraça?" e vejo aquele teu semblante afável e carente vindo em minha direção com os membros abertos, sim, dói como se eu estivesse refugiando o nada, o vazio. Braços vãos, soltos, frios, vazios.
Que a minha amizade não tenha o mesmo valor que a sua tem para mim agora. Pois dói, machuca. Não como se me matasse, não dói como um amor não correspondido. Mas, dói como a decepção de abrir a porta após ouvir a campainha tocar e não haver ninguém ali. Ninguém.

Antes, eu que dava toda a coragem, a força, meu sopro vital se necessário fosse, minha liberdade, hoje me vejo iludida e enraivecida por pensar que tal pessoa mereceu isso de mim um dia. E pior, eu que tanto ouvi com sorrisos imensos e guardei as aventuras que me contara, compartilhei até umas poucas lembranças e meu jeito torto de amor correto.
Saiba, hoje, tu se enterras em mim. Se enterras, pois, a sepultura já tens cavado a dias, semanas talvez e com imensa facilidade.

Não entristeça-se em saber que perdeu um lugar de extrema importância em mim. Hã, como se pudesse talvez entristecer-se com minhas conotações. Lamento por mim mesma por ser fraca em pensar assim.
Talvez eu tenha cansado de me sufocar em seus braços, de me dilacerar em sua presença, de queimar-me e arrasar-me com suas falsas conquistas. Infelizmente, permaneci fingindo sempre estar contente por você sabendo que meu mundo caía pouco a pouco diante dos meus olhos. Dentro de seus olhos.
Talvez eu tenha me esgotado de chorar minhas mágoas sozinhas. De amar, arrancar o coração que tinha e entregar numa bandeja de ouro em suas mãos, a sua pessoa. Pois fora isso, exatamente isso que eu fazia e refazia sempre que lhe fitava-lhe o semblante.
Eu dava o meu sorriso em troca do seu, meus momentos alegres para estar ali presente nos seus, por mais que não me envolvessem. E tudo isso, todos meus momentos perdidos para chamar-me de amiga. Não que esteja reclamando, questionando-lhe o motivo, mas, ao menos, que percebesse, que notasse o tanto de sorrisos que troquei para que os teus estivessesm sempre alí, em tua boca. "Amiga", sendo que a palavra correta a ser empregada, no meu ponto de vista e drama, poderia ser capacho, subordinada, fiel serva, tola... Eu podia ser essas todas, menos essa palavra que vos cabe na mente e escapa-lhe entre os dentes. Amiga.

Estou agora me despindo do amor que me cabia tentar entender. O mesmo amor que eu um dia cultivei, cuidei, tirei dos xaxins e plantei em vasos, que, posteriormente plantei em solo fértil, grandes lotes de solo fértil para que crescesse. Que nada pudesse fazer estagnar seu desenvolvimento, nada.
Mas você, quem me dera a mudinha de amizade num lindo mês de outono, você que cuidou, durante um bom tempo, junto de mim do nosso querido pezinho de encantamento e carinho cortou com diversos golpes, diversas ações nossa pequena árvore de, sabe lá Deus, tais sentimentos.

Não quero chorar, não quero lembrar do que senti amarga e solitariamente por você. Por quem você foi comigo e consigo próprio.
Prometi, depois de muito amar alguém que não conhecia, não repetir o engano de entregar às cegas meu coração. Cumpri. Eu lhe conhecia, aliás, até bem de mais pensava. E isso foi o que me arrancou de vez a vontade de tentar lhe conquistar, outra vez.

Cavas. Cavas cada vez mais funda tua tumba dentro de meus sentimentos, dentro de meu coração. A cada ida a "liberdade", a cada telefonema, contato. A cada frase que pronuncia contendo os nomes que odeio ouvir. Suas ridículas "aventuras", as quais enojo e contrariamente reprovo.
Não percebes que gosto de ti? Não vês que a cada giro, a cada troca de céu estou ao lado seu? Não notas que me dói, que a raiva está me abrangindo cada vez mais em vez da paciencia que antes dominava-me?
Não estas vendo que estou abandonando-lhe ás ideias que têns?
Acorde! Por mais que não esteja em seu peito os mesmos sentimentos que possuo por ti, ao menos, peço-lhe, tenhas competencia de notar o que tenho por ti. Não ignore isso que guardo, não jogues fora como se nada fossem. Apenas diga, para que eu pare de escrever o quanto me magoas com seus ditos. Apenas diga.

Que eu tenha forças para acordar, me vestir, sair e encontrar teus olhos nos ônibus e ruas de nossa vã amizade sem cair em prantos, ou pior, outra vez em sentimentos não recíprocos.

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Porque, aliás, não posso falar. Então escrevo...