sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"Não posso querer ser nada" e versos mais sobre um só ser.

"Fica sempre um pouco de perfume nas mãos de quem oferece rosas, sendo assim, na saudade de quem um dia soube amar, sempre resta o amor." (autor desconhecido)

Eu precisava falar e não apenas ser ouvida...
Me calou com uma simples frase em resposta a mim mesma, com uma unica palavra... NADA.
Não vou exitar em dizer que tal descuido ressoou e tilintou em todas as travessas de metal da casa, em todos os pedaços de vitrais das salas. Bateu, surrou-me feito um senhor de engenho que pune seu escravo fujão. Invadiu cada saudade que eu tinha e trincou todas as janelas, estragou todos os retratos, feriu cada flor dos canteiros e as quimeras destruiu com um só sopro. Nada.
Eu não quero mentiras que apaziguem meu pobre e calejado coração, não quero conforto dos braços de quem não tem. Sabes da dor que eu senti naquele momento, mas foi com tamanha espontaneidade que disseste aquilo... como hei de crer agora em suas posteriores palavras?
"Não traria nada..." desde aquele dia ainda ressoa em cada canto da edícula, em cada metro quadrado de lembrança. Se fui algo algum dia como poderia trazer nada em minha ausência?
O tudo pode ser muita coisa, pode ser tudo, mas, o nada...? Ah... esse sempre será o mesmo, será nada. Embora alguns cantem que nada é uma palavra esperando tradução... não sei.
Uma palavra diz muita coisa e esconde também, principalmente quando resumida em nada. Tenha isso em mente.
Me calou como quem cala um choro com um beijo. Só que ao contrário. Me calou a voz com a raiva, com a ignorância que lhe toma o peito, com o rancor que lhe invade a alma que antes era pura e livre de tais pragas.
E eu que escrevi durante semanas o resultado disso: "Dói ser nada para quem ainda é tudo para você."

Uma singela e novata cantora apresenta uns versos que me traduzem bem...
"Se não fossem minhas malas cheias de memória
Ou aquela história que faz mais de um ano.

Se não fossem os danos, 
Não seria eu."
... e outros que em nada me traduzem:
"Só pra você saber, 
Eu esqueci você 
Um mês depois de você me esquecer de vez
E decidir ficar sozinho."

Com o Miguez eu cantaria a ti: "Eu não tenho a chave e a fechadura pra lidar com esse silêncio que me leva a essa insanidade, que me priva dessa liberdade louca...", pois o refrão dele é a realidade a qual estamos sujeitos hoje: "Queria mais do que só te ver de vez em quando, porque a vida vai passando."

Enfim, chorar e remoer as coisas que se guarda no peito faz um bem e mal danado - ao menos para mim. Eu notei, mesmo com muita relutância que não sou mais bem vinda. Finalmente, alguém agiu com diligencia! Ufa, porque, alias, eu que não haveria de ser.
Confesso que amo a presença, adoro os bate-papos, que os mestiços olhos e olhares me inspiram. Eu admiro imensamente sua personalidade, força de vontade, coração rancoroso e mente criativamente idealizadora. 
Djavaneando eu diria assim: "Meu bem-querer é segredo, é sagrado..."
Caetaneando eu diria: "Deixaste meu coração vazio, deixaste a saudade ao desprezares aquela amizade que nasceu ao chamar-te meu bem..."

Mas, chega de chorumelas e lástimas póstumas. Surpreendentemente estou exausta desse meu exagero e sentimentalismo, tentarei ser mais realista, porque sinceramente, não estou me suportando mais.

Enfim, tudo isso estampado acima foi para chegar no trecho e ideia principal que complementa os primeiros parágrafos. Do meu estimado Alvaro de Campos:
"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Alias, estou aprendendo -assim como você- a não procurar tuas letras e notas. Resolvi ser teu espelho. Mas, mesmo com essas ações, nunca se esqueça que o sentimento sempre será o mesmo, pois farei manutenção dele periodicamente, com ou sem a sua saudosa assistência nostálgica.
Mas, por favor, encarecidamente peço "só não deixa eu ser ninguém na sua vida."

Felicidades, meu bem-querer! -_-

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Porque, aliás, não posso falar. Então escrevo...